domingo, 22 de janeiro de 2006

Animal


Escolhe uma a uma, elege à luz forte, sem devaneios, seu dedo indicador não titubeia na escolha daquelas que esta noite lhe servirão e servidas serão pelo seu corpo, uma noite Baco abençoada pelos corredores, corrimãos dessa casa há tanto tempo ausente, contorcidos cientes do toque de mãos suadas, impregnadas de branco, visco pegajoso, cheiro forte penetrando narinas envoltas em pêlos pubianos.

Gemidos ha tanto tempo contidos, guturais, exacerbados pela ausência do eu, de olhos vendas negras, apertadas, a censura ao longe, invejosa carente.

Goza puta entre estas que desenfream suas mãos sobre o seu corpo, enfiando dedos em inúmeros recantos, dedos ávidos descabelando seus cachos longos, sua nuca tocada por dedos molhados, mordiscadores, as pernas tremulam com essa multidão que se aloja ora no seu cu ora na sua xoxota, e braços fortes a mantém em pé, apóia o queixo sobre seios fartos que lhe impedem a respiração tranqüila, Fellini!

Palpitações frenéticas de corpos sedentos, desejosos do que não se pode ter, não se pode dar, um animal único de múltiplas pernas e bocas se satisfazendo, o corpo lateja em volúpia, se excita à última esperança, grita vivo, estou vivo entre tantos e se desfaz, se acomoda, pernas sobre barrigas, braços sobre coxas, adormece extasiado, olhos cientes.

Um comentário:

Anônimo disse...

oi!!
eu li seus textos e amei!!
adorei msm.....
tentei t deixar um scrap...mas eles nao foram enviados...
eu add vc...e explico o pq daki!!
espero q naum seja um incomodo
bjaum!!!