terça-feira, 9 de março de 2010
Sanidade
Cada vez que virava o rosto, uma peça sumia.
Na tela, o filme discorria sofridão.
Primeiro foi a camisa e os seios ficaram a mostra. Graúdos e solenes.
Interna no sanatório, a moça parece esquizofrênica, de um lado gente gemia, do outro nariz e boca se retorciam.
Era a quentura do quarto ela dizia, mas a janela não abria.
Saída, sem ser fugida, depois de oito anos para a casa da família ela voltava, para os livros e poesias.
No sofá, sem nem notar, a calça de pijama se desfazia.
Um primeiro amor veio tardio, desejado e abusado junto com o livro publicado.
Coluna ereta e olhar atento, sobre a calcinha somente ela se equilibrava.
E os obstáculos se foram, um a um, derrubados pela inocência, livro e mais livro ela escrevia.
Antes que sozinha a calcinha se fosse, dei a mão, desliguei o vídeo, e partilhei a alegria.
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Um comentário:
que engraçado... estou há dias com esse filme na cabeça, assisti há mais de 10 anos mas nunca esqueci. ia agora no youtube procurar trechos, mas entrei aqui antes. sintonia
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