Mais um copo era enchido com a vodca espessa vinda direto do congelador. Nalva bebia para lembrar das palavras que há muito não escrevia. Houve tempos em que bebia raiva, tristeza, melancolia e, muito freqüentemente, também alegria. Exagerava `a mesa os modos, as mãos sobre as pernas ao lado, roubava no banheiro beijos, ouvia retumbantes nãos na calada da noite. Na praia gelada se jogava na água fria com a lua. Pulava a fogueira com um copo de quentão na mão. Descia na correria ladeira embriagada. Nesse instante, caneta na mão, papel em branco e copo pequeno ao lado, motivo mais nobre que a poesia ela desconhecia.
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