segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma longa história: a notícia


Depois de dois anos dividindo a mesma cama, ela me olhou e disse que dali há duas semanas ia para o Zaire. O Zaire, isso mesmo, aqui do lado não é?
Foi difícil responder a algo tão inesperado, perguntei se ela não podia escolher ir para Belo Horizonte, até o Acre era mais perto. Não, a decisão estava tomada, ou fazia isso agora ou talvez nunca mais tivesse a oportunidade de aderir a uma organização médico-humanitária. Pelo visto os argumentos tinham sido todos preparados, e eu caía como um peixe na rede nessa informação toda. Depois de quase uma hora ouvindo explicações sobre a importânica das atividades, interrompi e perguntei algo que ao menos deveria entrar no contexto da situação, e nós?Não pensei muito sobre isso ainda. Bom havia alguma coisa sobre a qual ela ainda não tinha pensado muito, um pequeno detalhe. São só dois anos e você pode vir me visitar sempre que quiser. Claro, eu vou na internet e procuro um vôo saindo na sexta a noite e voltando, de preferência no domingo a noite já que eu e a torcida do flamengo trabalha na segunda feira pela manhã, Rio de Janeiro para o Zaire num preço bem bacana, simples, mesmo muito simples. Também disse que ela podia vir me ver quando quisesse, devido a rotação da terra e as correntes de ventos, a sua volta será mais rápida, você economiza um par de horas.
Tinha ainda duas semanas para fazer ela mudar de ideia, não ia ser fácil.

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