quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Vontades


A mão tocou suave a nuca negra. Escorregou por entre seus dedos, agora ao longo do corpo, os braços caídos, o queixo também, tamanha beldade, inerte, olhou para os lados, os lados certos certamente, nada, nunca assim tão vazio, se desfez das mãos cheias e tocou a coxa, o músculo teso, de olhos fechados deslizou a mão pela reentrância proibida, gélida, e corou, rodopiou a sua volta espiando por entre as pernas, perfeitas medidas, não entendia e sentia, sentia toda noite, e de dia envergonhava-se desse sentir e calava, vergonha de criança, e nem disso sabia. Afastou-se e quis beijar os lábios carnudos, de beiços pedintes e olhar triste, aquiescendo os seios sinalizavam sim, levantava a blusa olhando os seus no espelho, pareciam dizer sempre não, diziam relutantes, rebeldes. E as nádegas, ah se as tivesse entre as mãos, polpudas e pouco econômicas de vida, bem nutridas. Correu a colocar o pano sobre a câmera, e apalpou com vontade a dureza da bunda, lambeu as frias e insípidas nádegas que tanto a tentaram. Ainda com o gosto de nada na boca, retirou rápido o pano do alto, enrolou na vassoura, colocou dentro do balde e deixou o museu satisfeita.

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