sexta-feira, 30 de junho de 2006

Opostos


A praça está sempre vazia pela manhã, ninguém acorda cedo na área nobre, nem eu não fosse o fato de ter dormido em cama alheia, roupa dormida também, amassada, o boot preto em plena luz do dia, a calça militar e uma camisa preta, cabelos desgrenhados, do outro lado da praça, em linha reta longínqua uma minissaia avança, pernas esguias, sandálias de couro, e, agora que está mais perto, indiscutivelmente blusa de alcinhas, ela me viu também e o olhar nos fez reconhecimento mútuo, seguimos andando, disfarçamos gay confessas, de alto a baixo vimos nossos corpos, nossas roupas, nosso andar, e sem dúvida alguma seguimos caminhos distintos.

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