A mão dela toca a minha testa suada. Embora a febre nos distancie em pensamentos, o corpo físico rememoria seu toque arrepiando meus pêlos. Com o olhar esgazeado arquiteto recompor-lhe o rosto embaçado pelas altas temperaturas. Eu a chamo pelo apelido de infância. A sua silhueta imita uma menina. Aos dez anos brincávamos de sombras há duas décadas atrás, lhe presenteava a minha com muita gentileza. Por um instante a fito atônita, me ama. No instante seguinte adormeço.
8 comentários:
muito bom esse texto... parabéns pelo excelente trabalho.
Deu arrepio na espinha.
Muito bem escrito.
Abraços.
Ótimo texto. O que adormece em mim sempre finge estar acordado.
Deu para ouvir mesmo uma canção de ninar muito delicada, mas levemente distorcida pela febre... e que engraçado! estou resfriada e com febre neste exato momento. Texto que veio a calhar...;)
Muito fina a imagem o finalzinho... adormecer em febre. Amei (apesar de não gostar de estar com febre:).
Adorei a frase! Tem muito urubu morto por aí... e alguns na minha vida pra matar! rs
A gente adormece nesse olhar. E alguma coisa na gente desperta.
Beijos, mçoa :)
Lindo o texto, adorei. Aliás, os textos. Gostei de todos que li :)
Pode linkar?
Beijos :*
Delicioso! Beijinhos, Naomi.
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