
Dia frio feito inverno, enrijece as pontas dos dedos, das meias idéias que se apresentam, fico assim esvaziada, de olho vazado vendo metade, alucinando na beira da estrada, aperto bem o pouco da vista que sobra e a sombra cresce, espichada, saída da capoeira. Sento esperando, a morte, a sorte, nesse gelado do campo, com o dedo encrespado na guanxuma, nem medo tenho mais, e o bicho balança longe, com o pé na estrada, na reta infinita de sol nascendo, tem hora que capenga, homem sem cara, nem água mais tenho. Balanço pouco nesse equilíbrio velho, nem nada mexo, espero, uma mão acalenta a outra no esfrego vez em quando, bem pouco entendo da coisa vindo arrastada, bem pouco.
Um comentário:
Quando li estas palavras, senti uma ternura, e tanto tempo havia sem que as palavras falassem tão perto.Beijo e hasta!Re.
Postar um comentário