sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pra não dizer que não falei de flores



Ela dome, dorme muito. Eu finjo que escrevo para um blog. Coisa de adolescente que fica em casa vendo a Angelina Jolie no Tomb Rider, e depois bate uma punheta. Lá fora tem o sol, o dia e a praia. Aqui dentro tem uma ressaca de anteontem, das piores. É a última vez que misturo bebidas. É a última vez que digo que misturo bebidas. Li na internet sobre um cara que ficou milionário, achou uma jazida de minério de ferro, um dia ele era pobre, agora milionário. Gasta zero vírgula muitos zeros dois por cento do que ganha em projetos filantrópicos e vira notícia, não sei se por causa das onze casas de milhões cada uma que tem espalhadas pelo mundo, ou se por causa desse projetinho que a gente sabe nunca vai resolver nada. A nova lógica da sociedade, não importa que as grandes companhias ganhem bilhões com trabalho escravo e/ou destruindo/poluindo a natureza, desde que elas gastem uma porcentagem ínfima dessa grana com propaganda na televisão sobre pseudoprojetos ambientais/sociais que, de novo, a gente sabe que não vai resolver nada. Viva os publicitários que também levam o deles em troca de mulher pelada em propaganda de cerveja. De iogurtes também como me contou uma amiga: uma senhora pobre comprava um tal iogurte porque ela tinha prisão de ventre, e a televisão dizia que o tal produto resolvia prisão de ventre! Cadê o governo numa hora dessas, cadê os meus impostos que vão e somem nessa vala sem fundo de corrupção. Cadê a educação gratuita e de nível razoável?! Nem me incomodo de pagar impostos, mas viver a lá americano e pagar imposto europeu já é um exagero. Mais um exemplo do mesmo: os publicitários enchem o bolso com os comercias, o povo semi-analfabeto assiste trinta propagandas por dia dizendo beba que é bom, beba que você vai ter mulheres lindas (afinal as propagandas são feitas por/para eles), depois vem o governo e diz que a você vai pagar mil reais de multa por estar dirigindo após beber um copo de chope, o governo também ganha, os policiais sorriem com o inflacionamento da propina, enquanto em Brasília eles nem se incomodam tirando da cartola as suas carteiras de funcionários de altos cargos do governo abrindo e fechando portas à revelia. E a gente vai levando, e a gente vai bebendo, que também sem uma cachaça, ninguém segura esse rojão!

3 comentários:

serpentes e punhais disse...

Gostei muito do início do texto, essa coisa meio melancolica, meio contemporânea, multiplas coisas acontecendo ao mesmo tempo... Gosto dessas frases meio soltas, cuja a conexão depende mais de quem lê... Depois o texto perde o tom, mas creio que seja um desabafo e nao uma obra de arte né? Enfim, foi um comentário bobo... espero que nao se incomode... é que esse texto, me lembrou um outro meu... daí tive de comentar...

Adélia Danielli disse...

"Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão..."

Hum...e nem era segunda-feira....
Enfim.

Boa semana, beijos

Thaís disse...

Marte já foi descoberto que não dá. Eu tô pensando em Saturno porque sempre gostei desse nome 'Saturno'. Então vou pra lá. Juro que vou. Vou mesmo. Quer ir?
(comentário infame eu sei)
Um bjo