sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Vontade



Num impulso levanto do último assento do banco do ônibus exatamente ao mesmo tempo em que ela se levanta. Eu iria para o trabalho a essa hora. Que se foda o trabalho. Depois posso dizer que tive umas cólicas horríveis, ou então que comi um acarajé estragado na esquina. Os anéis cintilam com a luz do sol forte incidindo sobre os dedos longuíssimos e delicados, verão quarenta graus. Eu a três passos do seu corpo, quase sinto o perfume. Ela por detrás de seus óculos de sol alheia ao mundo, às buzinas, aos carros, aos trezentos transeuntes que se acotovelam pelas ruas, é ali que eu quero entrar também, quero sentar e tomar uma xícara de café, na sua vida, e só.

5 comentários:

Anônimo disse...

Um café, pode ser sim, um bom começo.
Beijos.

Boa semana,

Délia

Thaís disse...

Eu sempre pergunto as horas. Toco no ombro de vários estranhos e pergunto as horas.

disse...

vc com desejos de café e eu com sede de tudo num gole só.

... disse...

... ousadia agridoce.

beijo da Paula

Aichego disse...

Bonitinho isso.
Beijocas