quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Acamada

O corpo fala, diz não. Insisto na loucura. A amiga arquiteta do meu lado, a sua mão na minha, a minha pélvis dolorida da noite anterior. Ela voltava como quem nunca se foi. Queria perguntar tanta coisa e no fundo saber de coisa nenhuma. Que ela tivesse partido num carro apertado de tantas mulheres pouco importava, nem deus é fiel. A quentura dessa mão na minha sobe a minha temperatura, arde a minha garganta, eu tento falar e não consigo. Estou num sonho nessa casa azul, com uma janela expondo o verde da mata e a sua mão na minha? Pouco importa se é sonho ou real, é bom. Ela por vezes me sorri quando abro os olhos. O meu corpo excitado responde. O ar arranha a garganta na direção dos pulmões. A contração do desejo é real e dolorida.


12 comentários:

Anônimo disse...

é um prazer ler-te.

Flávia disse...

Delicadamente sensual, poderosamente belo.

Beijos, moça.

disse...

nossa...

texto quase palpável.

Felicidade Clandestina disse...

encantada por este blog! parabéns! muito lindo esse espaço ;)

Cecil disse...

Que lindo. Sôfrego. Trôpego. :)

Adriano Queiroz disse...

Hummm...
Deu vontade.

Abraços

A que está escrita. disse...

Esse é fílmico. Uma cena que nós já vimos e que é fresca, ainda assim. Vontade de mais disso, o que veio antes, o que virá depois?

Buda Verde disse...

O corpo fala, diz, agora, sim.

Dayane Abreu disse...

rápido e complexo, tudo o que eu busco numa leitura.

Anônimo disse...

de tão bonito foi roubado. estendo a minha mão para segurar a tua.

Anônimo disse...

sempre o prazer vence as lutas do corpo

disse...

"Queria perguntar tanta coisa e no fundo saber de coisa nenhuma"

achei uma frse que traduz o momento da minha vida! texto perfeito. adorei!

=]