Ensandecida ia pela rua, boca fechada discursava o corpo, balançava na avenida em movimentos incertos, em requebros que não se esperariam de um corpo assim no meio do povo, transeuntes feitos de contas, de trabalho, de tanta coisa, que não reconhecem o discurso dos lábios de espanto, mudos de espanto, da vigília doída de braços e pernas na busca eterna por instantes de descuido. Ela vinha, passos largos cruza a faixa de pedestres como se já não fosse um pedestre. Transmudada que estava pelo roteiro escrito em seu corpo com a pena de língua molhada, agora saliva seca colada em seus poros exalando um cheiro rude, de gente. Ela era um filme vivo, na tela das ruas, incompreendida pelos de poucos vícios, pelos incultos na magia da vida. Andava só e iluminada num domingo de sol na avenida escaldante.
12 comentários:
Ver essas cenas na rua é a maior diversão! Cadê minha picoca?
rs
beijo.
boa e cintilante mistura entre o íntimo e a exterioridade. gosto das tuas descrições.
boa semana.
quero q vc segure. o "Corpo" é tão bonito.
Escaldante? Com certeza!
Fui praticamente cantando o texto.
Adorei!
nossa que blog legal! depois eu venho aqui com mais calma ... depois vc passa no nosso blog pra tomar um cafezinho !!! rsrs! abraço!
ela, representando todas elas nesse cotidiano asfaltado.
vlw a visita, visse?
\o
Fui praticamente cantando o texto (2)
booooooooooh
Eu gosto de olhar as coisas através dos teus olhos. Ficar escondida atrás das tuas palavras. De rodar o mundo sem sair do lugar.
Bjo
Suave.
Poético.
Bom.
=*
Uma réstia de luz no crepúsculo
Uma súplica presa na brisa
Um caminho sem fim
Pela terra da tua lembrança
Convido-te a ver o diadema da Noiva do Mar
Boa semana
Mágico beijo
A pena de língua molhada. Muito lindo, um blog muito surpreendente, bem tratado. Que texto lindo! Li cantando (3)
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