quarta-feira, 11 de março de 2009

Big brother

Primeiro foi logo na entrada, acima da mesa, sobre a televisão, que agora televisiona a monotonia do entra e sai de personagens quase sempre repetidos. Depois, num dia quente e já com o dedo enfiado no nariz, a vi dentro do elevador, botei a língua para fora na sua direção no mesmo instante, tamanho desaforo instalar-se sem avisar. Noutro dia, enquanto lésbica feliz, lançava ao ar beijos na direção da amada na garagem do edifico, flagro num lampejo a espiã malfadada. Agora, quase acostumada ao big brother domiciliar penso já em, na próxima reunião de condomínio, sugerir câmeras nos vasos sanitários dos apartamentos para que vizinhos e porteiros, de perto vislumbrando o íntimo do ser humano, possam enfim também ocupar-se da saúde dos moradores.

4 comentários:

Anônimo disse...

- uau, muito bom. só faltam as microcâmeras bisbilhotando as células.

Anônimo disse...

o livro é aquele do calvino... o pé no mundo, nas cidades.

Thaís disse...

Continue a mostrar a língua desaforada.

Cordelirando disse...

obrigada pela visita a nosso blog. tenha um suave fim de semana!
bj
salete maria