sexta-feira, 27 de março de 2009

Inconstâncias




Era assim, ela ia e vinha em espasmos nada regulares. Eu não mudava mais de casa com medo de perder o contato. Controlava a vontade de deixar a porta entreaberta. Eu também ia e vinha entre outras mulheres, era um momento de espera, eram os planos que não se definiam. Quando ela em casa, passávamos dias trancafiadas, a secretária eletrônica abarrotava de mensagens de ligações não atendidas, fazendo amor e versejando sobre mil temas, falávamos do aquecimento global, de um novo escritor que nos interessava, de um filme no cinema, do tempo de norte à sul, até mesmo de dias de chuva na Finlândia. Seu corpo, uma eterna novidade nestas idas e vindas. Então, sem mais nem porquê, nos enchíamos e nos provocávamos com aventuras amorosas alhures, reais ou inventadas, até o insuportável de mais nada falarmos, nessa hora ela saía ou eu saía pela porta, tudo muito bem entredito. Nos afastávamos por um interstício, longo ou pequeno?Quem sabia?

5 comentários:

Buda Verde disse...

:)

Jana Duarte disse...

adorei :]

Adá disse...

quem saberia?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

=) Oui! Fantastic...

As vezes fala-se com os olhos tudo o que a voz não fala e com o sentimento tudo o que alma exala.

beijos!