Era assim, ela ia e vinha em espasmos nada regulares. Eu não mudava mais de casa com medo de perder o contato. Controlava a vontade de deixar a porta entreaberta. Eu também ia e vinha entre outras mulheres, era um momento de espera, eram os planos que não se definiam. Quando ela em casa, passávamos dias trancafiadas, a secretária eletrônica abarrotava de mensagens de ligações não atendidas, fazendo amor e versejando sobre mil temas, falávamos do aquecimento global, de um novo escritor que nos interessava, de um filme no cinema, do tempo de norte à sul, até mesmo de dias de chuva na Finlândia. Seu corpo, uma eterna novidade nestas idas e vindas. Então, sem mais nem porquê, nos enchíamos e nos provocávamos com aventuras amorosas alhures, reais ou inventadas, até o insuportável de mais nada falarmos, nessa hora ela saía ou eu saía pela porta, tudo muito bem entredito. Nos afastávamos por um interstício, longo ou pequeno?Quem sabia?
5 comentários:
:)
adorei :]
quem saberia?
=) Oui! Fantastic...
As vezes fala-se com os olhos tudo o que a voz não fala e com o sentimento tudo o que alma exala.
beijos!
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